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Entre estudos e a MLB: Conheça o brasileiro Gunn Omosako

By Matheus Ornellas - 01:31

Gunn durante a temporada 2018. Créditos: Instagram do jogador
Nesta semana, entrevistamos Gunn Omosako. Com 19 anos, o Outfielder já passou por grandes desafios dentro e fora de campo em sua vida. Desde 2018 com a equipe do Seattle Mariners, Gunn traça o sonho de chegar ao nível mais alto da Major League Baseball (MLB).

História do jogador

Nascido em São Paulo, o jogador conheceu o esporte bem jovem, por influência da família.

"Meu pai me levou a um campo de beisebol quando eu tinha 8 anos de idade. Minha família tinha filiação com o Cooper Clube, então eu comecei a praticar pelo esporte que eu me apaixonei"

Segundo Gunn, a prática do esporte é bem antiga e tradicional na sua família. Ele lembrou que seu avô também foi treinador da modalidade e que inclusive foi técnico de seu pai no time de Osasco. "Acho que está no sangue", comentou.

No Brasil, o Outfielder jogou praticamente toda a carreira pelo Cooper Clube. Dentro do time, Omosako jogou dezenas de campeonatos, em todas as categorias que o time tinha.

"Foram muitos campeonatos pelo time. Taça Yakult Swallows, Inter-Seleções, Taça Brasil, Campeonato Seattle Mariners, Campeonato Los Angeles Dodgers, Campeonato Brasileiro, entre outros"


Omosako e seus companheiros em 2015. Créditos: Instagram do jogador
Outro ponto de destaque na carreira do brasileiro foram suas passagens pela seleção. Entre mundiais e Pan Americanos, o Outfielder teve cinco oportunidades de representar o Brasil.

"Me ajudou muito a crescer, tanto na parte técnica e de experiência com o jogo, mas também como companheiro de equipe. Durante o Pan Americano em 2016 no Panamá, eu comecei como reserva na seleção. Fui conquistando a posição de titular com o decorrer do torneio e isso me mostrou que um time não é formado apenas com os 9 jogadores que estão no campo, mas com todos os jogadores que compõe o time. Um time tem que ser uma família."

Omosako também comentou sobre a importância de ter encarado seleções muito fortes durante essas disputas. "Vencemos times muito fortes como Nicarágua, Panamá, Venezuela e República Dominicana. Esses países têm o beisebol muito valorizado, além de muito bom", lembrou.

Seleção brasileira em 2016. Créditos: Instagram do jogador
Após a disputa do Campeonato Brasileiro de 2017, o jogador optou por parar de jogar. Segundo Gunn, a difícil decisão foi necessária para ele, pois precisou focar sua rotina em seus estudos para o vestibular que prestaria.

"Depois de cinco meses eu voltei a jogar. Porém o Cooper Clube não tinha a categoria juvenil. Por conta disso eu passei a jogar no time de Ibiúna até a oportunidade na MLB aparecer."


Estudos e chegada ao Mariners

O jogador tomou uma decisão que muitos jovens não acreditariam. Durante 2017, o Seattle Mariners apresentou uma proposta de contrato para Gunn, mas ele não aceitou.

"Eu estava na metade do meu segundo ano do colegial quando recebi a primeira oportunidade. Infelizmente eu tive que recusar, pois atrapalharia demais a conclusão dos meus estudos."

Após decidir não assinar naquele momento, o jogador ficou totalmente focado nos seus estudos. Passado o período que ele precisou para focar nos estudos e depois de voltar a jogar, agora por Ibiúna, os Mariners fizeram uma nova proposta em 2018. E no dia 07 de Maio daquele ano, o Brasil ganhava mais um representante na Major League Baseball.

Em 2018, Gunn assinava seu contrato. Créditos: Divulgação
"Assim, pude ingressar no beisebol profissional e me formar com qualidade ao mesmo tempo. Pra falar a verdade, essa coisa toda de beisebol profissional me pegou de surpresa, já que, no início do mesmo ano, fiquei um bom tempo sem nem pensar no esporte."

Pouco mais de um mês após a assinatura do contrato, o Outfielder foi designado para o DSL Mariners, que joga a Dominican Summer League, nível Foreign Rookie da MiLB. E mesmo com sua chegada acontecendo durante a temporada, ele pode mostrar todo seu potencial.

"Fui muito bem recebido pela equipe e lá se pregava a ideia de construção do time como uma grande família. E mesmo tendo chegado 2 semanas após o começo da temporada, fui muito bem acolhido e pude tirar um bom proveito da temporada de 2018"



O brasileiro foi bem recebido pelo elenco em 2018. Créditos: Instagram do jogador
Segundo Omosako o começo foi complicado, mas rapidamente ele conseguiu se acostumar com o novo estilo de jogo e se ajustar a tempo para produzir em sua primeira temporada com o Seattle Mariners.

"Comecei os jogos sendo usado como rebatedor designado e me lembro que era o sétimo jogador na escalação. Passando a temporada, passei para quinto, quarto e consegui ser o primeiro na escalação e me tornando outfielder titular."


Gunn exibe bola que rebateu seu primeiro Home Run. Créditos: Divulgação
Em seu primeiro ano nas ligas menores, ele ajudou os Mariners com uma campanha de 40 vitórias, porém o time não conseguiu uma vaga nos playoffs da competição.

Números de Gunn na temporada 2018

Jogos - 31
Passagens no Bastão - 99
Rebatidas - 28
Média (AVG) - .283
Corridas anotadas - 12
Home Runs - 2
Corridas impulsionadas (RBI) - 9
Bases por Walk - 10
Percentual em base - .372

2019 fora dos campos

Após o primeiro ano junto com a equipe, o brasileiro tinha muitas expectativas e tinha feito uma grande preparação para 2019. Segundo ele, todo o aprendizado no ano anterior ajudou a se familiarizar com o beisebol no nível profissional.

"2019 tornou-se um ano de muitas expectativas e de muita importância pra mim. Porém, faltando 2 semanas para o início da temporada, acabei lesionando o ombro esquerdo em um dos treinamentos de defesa."

A lesão forçou o outfielder a passar por uma cirurgia no ombro e com isso ele acabou ficando de fora de toda a temporada 2019. Ele lembrou que inicialmente a ideia de ficar fora dos campos foi muito difícil, pois suas emoções e energias estavam a mil. Foram aproximadamente seis meses longe dos campos durante sua recuperação.

"Pode parecer um pesadelo, mas esse foi um período de muito aprendizado. Talvez não na parte técnica em si, mas na parte mental. Minha reabilitação ocorreu parte em Seattle e parte no Arizona, portanto, meu primeiro contato com os Estados Unidos foi por conta de uma lesão. Após o incidente, pude voltar mais forte, maduro e com uma visão totalmente diferente do beisebol. Acredito que eu não “perdi” um ano, apenas ganhei experiência.

Na temporada atual, Gunn havia sido promovido ao AZL Mariners, que disputa a Rookie League. Porém com o cancelamento das ligas menores em 2020, o brasileiro precisará aguardar mais um ano para esse novo desafio.


Brasileiro tem grandes expectativas dentro dos Mariners. Créditos: Instagram do jogador
Ele segue com grandes expectativas, agora com mais entendimento do beisebol profissional e principalmente do que uma temporada exige de um atleta de alto nível. "Espero estar saudável e fazer um bom Spring Training, para poder atuar em minha melhor versão no que está para ser meu primeiro ano ativo nos Estados Unidos", finalizou.

Ficha Técnica
Data de Nascimento: 12 de Maio de 2001
Cidade: Osasco (SP)
Equipes: Cooper Clube (SP), Ibiúna (SP) e DSL Mariners (MILB).

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